Igreja de Santa Luzia
A Igreja de Santa Luzia localiza-se na cidade de Viana do Castelo e constitui um dos maiores ex-libris da cidade devido à beleza da basílica e à extraordinária vista que dali se pode observar sobre o estuário do Rio Lima.
Este templo ao Sagrado Coração de Jesus congrega a arquitectura neo-românica, neobizantina e neogótica.
O projecto da igreja é do arquitecto Miguel Ventura Terra, com inspiração na Basílica de Sacré Cœur em Montmartre, Paris.
O início dos trabalhos foi em 1903 por iniciativa do padre António Martins Carneiro.
Ventura Terra foi substituído em 1925 pelo arquitecto Miguel Nogueira que orientou a última fase das obras.
O trabalho em granito é da autoria de Emídio Pereira Lima, um mestre canteiro.
O santuário só ficou concluído em 1943, embora tenha sido aberto ao culto em 1926.
Existe um magnífico zimbório no interior da basílica. No topo da igreja tem uma pequena varanda, onde podemos observar toda a região. Em dias limpos, vê-se até Ponte de Lima, para o interior, Póvoa de Varzim para sul, e o monte de Santa Tecla já em Espanha, para norte.
Fig.1: Igreja de Santa Luzia
Fig. 2: Parte frontal da basílica de Santa Luzia
Citânia de Santa Luzia
A citânia de Santa Luzia é um dos castros mais conhecidos do Norte de Portugal e, sem dúvida, um dos mais importantes para o estudo da Proto- História e da Romanização do Alto-Minho. A sua localização estratégica permitia-lhe, não só dominar vastas aréas das zona ribeirinha, como também, controlar o movimento das entradas e saídas da Foz do Lima, que na Antiguidade, era navegável em quase todo o seu curso.
O povoado apresentava características muito próprias, principalmente ao nível das estruturas arquitectónicas, com destaque para o aparelho poligonal, utilizado em algumas casas, que apresentavam uma planta circular com um vestíbulo ou átrio que, em alguns casos, albergavam fornos de cozer pão.
Fig. 3: Citânia de Santa Luzia
Fig. 4: Alguns vestígios dos povos que habitaram a citânia
Elevador de Santa Luzia
A sua implantação deve-se à iniciativa do dinâmico empresário Bernardo Pinto Abrunhosa, engenheiro natural do Porto, sendo inaugurado em 2 de Julho de 1923.
Dispondo de uma carreira que alcança a extensão de
Quanto às carruagens, traccionadas por um novo grupo motor eléctrico muito mais potente que o anterior, embora funcionem em contrapeso, têm capacidade para 24 pessoas (12 sentadas e 12 de pé) e estão electronicamente equipadas para não arrancarem quando houver excesso de lotação ou pararem quando encontrarem na via algum obstáculo.
Com 84 anos ao serviço público, o Elevador de Santa Luzia ocupa agora como dantes um lugar relevante no conjunto das restantes instalações deste tipo de actividade no nosso país.
Por todas estas razões, o Elevador de Santa Luzia não é somente uma importante peça estrutural do património histórico da cidade, com importante interesse turístico, como também é, e muito justamente considerado, um valioso ex-libris que Viana do Castelo muito se orgulha de possuir e o colocar ao serviço dos seus habitantes e ao turismo em geral.
Fig. 5: Elevador de Santa Luzia
Traje de Trabalho, Coitio…
Era um fato usado, essencialmente, nas fainas do monte (lenha, mato) e do campo (sacha, ceifa, vindima).
São constituídos geralmente por saias de “fraldilha” ou lã vulgar com riscas miúdas em tons escuros, forro preto ou vermelho, pernas nuas ou com peúgas, socos ou botas de cano alto.
No homem, calça de "fraldilha", camisa de linho e nos pés, tamancos ou chancas.
Fig. 1: Traje de Trabalho
Ir à fonte, erva
Traje mais cuidado que o de trabalho, mudava o lenço da cabeça pondo também um ao peito e trocava de avental para ir mais airosa, não fosse o caso de aparecer algum moço disposto a cortejá-la.
O homem usava chapéu de palha, camisa e calça de linho, faixa preta ou vermelha e nos pés, tamancos ou "chancas".
Fig. 2: Traje de ir à fonte/erva
Domingar, Namorar
Traje usado aos Domingos para namorar e para pequenos trabalhos como ir à feira, à missa ou ao terço.
Podia se fazer pequenas tarefas como por exemplo dar de comer ao gado.
São constituídos por saia branca de linho ou estopa, lisas ou “avergastadas”, forro vermelho, azul ou preto, aventar de tear à s riscas ou de “tapete”, colete de trespasse, camisa de linho com pregas de “impresa” ou franzidos bordados a ponto cruz com linha azul, peúgas, lenço de algodão, e nos pés, socos.
Fig. 3: Traje de domingar/namorar
Lavradeiras, festa, romaria
Fig. 4: Lavradeira/festa/romaria
Meia Senhora, Morgada
Podemos destacar deste traje a substituição da algibeira pelo saco de mão, casaquinha justa, lenço na cabeça, saia comprida feita com tecidos de cores lisos ou floridos, chinelas ou botinhas.
Mordoma
A moça de levava este traje estava encarregada de assistir à missa “da Festa” com uma vela votiva, se tal vela se apagasse denunciava que a jovem já não era virgem. Traje de cor preta, era por vezes feito em azul significando que a mordoma tinha posses e não o utilizaria para se casar.
Noivos, Casamento
Ela leva na cabeça lenço branco ou tule bordado de pontas caídas, casaquinha bordada a “vidrilho”, mangas e gola rendadas a branco e segurando o ramo, um lenço de amor bordado com frases amorosas, normalmente escritas durante o namoro, meias brancas de algodão rendadas e chinelas pretas com laço.
Ele leva chapéu, camisa bordada a branco, casaca, calça, faixa, meias brancas e sapato preto.
Fig. 6: Traje de noivos
Tocatas, Rusgas
Formada por acordeões, cavaquinhos, viola e ferrinhos, a tocata é parte imprescindível do nosso Grupo, tal qual aqueles tocadores e cantadeiras se juntavam, a convite dos caseiros das grandes quintas, em agradecimento à simpatia que tinham pelo Senhorio, quando a merenda, após as duras jornadas no campo era “bem regada”.
Também era frequente ouvir-se cantar “ao desafio”, acompanhado da tocata ou duma simples concertina. Nas espadeladas e estopadas, na sacha, na vindima, ouviam-se vozes femininas cantando a duas ou três vozes, pelas belas moças do lugar.
Fig. 7: Tocatas/Rusgas
Ouro do Minho
O ouro é um dos principais símbolos e riquezas de Viana do Castelo. “O ouro no peito da minhota não é apenas um enfeite ou uma vaidade - é o seu melhor símbolo de riqueza”. É um esplendor, porque “o peito da minhota é um céu estrelado”.
"Em Viana não se trabalha o ouro, mas esta cidade é o tabuleiro e o traje à vianense é a montra onde todo esse património, essa identidade cultural passa fronteiras e leva à ribalta citadina e europeia a áurea da nossa joalharia, o ouro do Minho, o ouro de Viana."
As peças de ourivesaria popular de Viana incorpora nas suas formas os estigmas dos amuletos, as crenças e as heranças míticas tradicionais do Minho. Em determinadas solenidades, as mulheres de Viana usam os brincos ou arrecadas, três cordões ao pescoço, um trancelim, um fio de contas, uma custódia, uma laça e quando a vianesa pertencia a um escalão económico superior, exibia ainda a sua bela gramalheira.
As peças de ouro provêm sobretudo de Travaços e Sobradelo da Goma (Póvoa de Lanhoso) e de Gondomar.
“BOTÕES”
Eram oferecidos pela madrinha de baptismo, à qual competia dar a mortalha se a menina viesse a “tornar-se anjinho do Senhor”! Por isso, se a criancinha morresse vendiam-se os botões para ajudar no custo do vestido que “levaria para o céu”! Se tal fatalidade não ocorresse, então, à medida que o crescimento dela se ia verificando, os “botões” ou “botõezinhos”, iam sendo trocados pela madrinha, de sorte que, já mulherzinha, a afilhada se tornaria dona dos tão almejados “brincos à rainha”.
Fig. 1: "Botão"
"COLARES DE CONTAS"
Fig. 3: Arrecadas
Fig. 4: Brincos à rainha
Fig. 5: Custódia
Fig. 6: Peça
Fig. 7: Coração
São fios com dois metros e vinte (podendo, neste caso, dar quatro voltas ao pescoço). Podem ser de elos redondos (como os manuais de antigamente) ou em forma de pêra. Quanto ao peso, podem ser finos (linha), grossos (soga) e ocos. O cordão era o terceiro ouro da rapariga, ocupando o primeiro os “botões” e o segundo o colar de contas.
Fig. 8: Cordão
Só depois do terceiro ou quarto cordão é que era adquirido o trancelim. Têm o mesmo comprimento dos cordões, mas os seus elos são trabalhados normalmente em filigrana.
Fig. 9: Trancelins